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Assistência social: 61,5% não se sentem prontos para lidar com crise

Estudo do Núcleo de Estudos da Burocracia, da Escola de Administração de Empresa de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas, mostra que 61,5% dos profissionais da [...]

Por Mauricio Santos em 09/06/2020 às 15:22:33

Estudo do Núcleo de Estudos da Burocracia, da Escola de Administração de Empresa de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas, mostra que 61,5% dos profissionais da assistência social no país não se sentem preparados para lidar com a crise decorrente da covid-19. Apenas 12,8% se sentem preparados e o restante não soube responder. O resultado é da pesquisa A pandemia de covid-19 e os profissionais da assistência social no Brasil. O trabalho entrevistou439 trabalhadores de todas as regiões do paísentre os dias15 de abrile 1º de maio de 2020.

A pesquisa mostra ainda ainda que o medo é um sentimento comum entre esses profissionais, já que 90,66% deles sentem receioda doença e 43,5% conhecem amigos ou colegas que já se contaminaram com a covid-19. Além do medo de contaminação, os profissionais tememlevar o coronavírus para dentro de suas casas.

Os pesquisadores consideram que as políticas de assistência social têm papel estratégico na pandemia do novo coronavírus, porque seus efeitos são heterogêneos e devastadores em populações que moram em áreas urbanas mais pobres e densamente povoadas, expostas à maior vulnerabilidade social.

"Embora o foco do debate público em relação ao enfrentamento à pandemia esteja centrado nas áreas de saúde e economia, a assistência social é essencial para minimizar os danos da crise entre os mais pobres, viabilizando medidas econômicas e sociais coerentes com esse segmento populacional", diz o relatório da pesquisa.

Do perfil dos entrevistados, 85,88% são mulheres, 12,76%, homens, e 1,37% preferiram não declarar. Sobre o tempo de atuação, 34,17% estão hápelo menosdezanos na área socioassistencial. Há uma concentração de entrevistadosque atuam na Região Sudeste(53,99%), com destaque ao estado de São Paulo, que incluimais da metade de todos que foram ouvidos.

Segundo o estudo, a sensação de medo e de despreparo pode ser explicadapor outros indicadores do questionário, como a disponibilidade de equipamento de proteção individual (EPI), o suporte governamental e o acesso a treinamentos. Menos da metade dos profissionais (38,5%) disseterrecebido EPI, com uma variação entre as regiões, destacando-se positivamente o Nordeste, onde 51,78% dos profissionais receberam equipamentos, ao contrário da Região Norte, onde o índice foi de 33,33%.

No que diz respeito ao suporte governamental, mais da metade dos entrevistados (66,51%) disseram não sentir que o governo federal tenha ações de proteção aos profissionais da assistência social, enquanto os governos subnacionais tiveram uma avaliação um pouco melhor: 55,35% e 50,57% dos entrevistados sentem que, respectivamente, governos estaduais e municipais desenvolvemações para proteger os profissionais da área. Sobre o apoio direto de seus superiores, 41,46% disseram não sentir esse suporte e 54,67% disseramterrecebido instruções das chefias sobre como atuar diante da crise.

A grande maioria afirmou nãoterrecebido orientações ou ações oficiais de formação -apenas 12,98% relataramter feitotreinamento para lidar com o novo coronavírus. Houve destaque na Região Nordeste, onde 37,5% dos profissionais disseramterparticipado de treinamentos, em contraposição aoNorte, em que nenhum entrevistado respondeuterrecebido.

Os pesquisadores analisaram em que medida a crise alterou os processos de trabalho e as interações entre os profissionais da assistência social e os cidadãos. Mais da metade (63,46%) relataram que a dinâmica de trabalhou mudou com a pandemia, com citaçõesrecorrentes de atendimento adistância, trabalho em escala, redução ou suspensão dos atendimentos.

Para 74,26% dos entrevistados, mudaram também as interações com os usuários dos serviços de assistência social. Um dos elementos que influenciam nessa mudança é que o medo passou a permear a rotina porque o trabalho desses profissionais exige contato próximo com as pessoas. Entre as principais mudanças estão a realização de atendimentos presenciais com distanciamento físico, atendimentos online ou por telefone, e até suspensõesou redução.

Recomendações

As análises resultaram em um conjunto de recomendações que, segundo os pesquisadores, deveriam ser atendidas pelos governos federal, estaduais e municipais para melhorar a atuação dos profissionais neste momento de crise, garantindo a eles recursos, informações e a proteção necessária.

Entre as recomendações estão adistribuição de EPIde qualidade para todos os profissionais dos diferentes níveis de atenção;formação e treinamento adequados para que os profissionais estejam mais preparados para enfrentar a crise, especialmente aqueles que continuam realizando atendimento presencial, utilizando tecnologias simples, como vídeos com transmissão online, infográficos ou outros materiais de comunicação simples e assertiva que cheguem àponta rapidamente; e distribuição de material informativo oficial para profissionais repassarem à população e combater as notícias falsas.

Além disso, recomenda-se a adoçãode políticas de suporte emocional e psicológico para os profissionais da ponta, por exemplo, disponibilizando psicólogos para fazerem o acompanhamento dessesprofissionais.

Fonte: Agência Brasil

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