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Auditoria interna de direitos civis critica Facebook por não ter removido publicações de Donald Trump

Análise independente foi contratada pela rede social e durou dois anos. Empresa vive momento de crítica por entidades civis e boicote de anunciantes, que pedem mais [...]

Por Mauricio Santos em 08/07/2020 às 16:21:11
Análise independente foi contratada pela rede social e durou dois anos. Empresa vive momento de crítica por entidades civis e boicote de anunciantes, que pedem mais atitude contra discurso de ódio. Sede do Facebook, na Califórnia

Thiago Lavado/G1

O Facebook divulgou nesta quarta-feira (8) a última parte de uma auditoria de direitos civis independente feita sobre a empresa. A análise durou dois anos e levou em consideração as políticas internas e práticas da rede social quanto a questões na área de direito civil e políticas contra ódio.

A análise é divulgada no momento em que o Facebook é alvo de críticas de entidades civis e de um boicote de anunciantes, que demandam que a plataforma seja mais vocal em lidar com discurso de ódio.

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Uma das principais críticas foi em relação à decisão da plataforma de não remover publicações do presidente Donald Trump da plataforma em maio deste ano — outras redes sociais, como Twitter, foram mais expressivas contra posts do mandatário que violavam suas políticas.

Para os analistas, essa decisão foi motivo de alarme, com uma das publicações "propagando discurso de ódio e violência" e outras duas "facilitando a supressão de votos".

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"Em todos os casos o Facebook afirmou que as publicações não violaram os padrões da comunidade. Os auditores vigorosamente deixaram clara seu desacordo, conforme acreditamos que essas publicações claramente violaram as políticas do Facebook", disse o relatório.

"A ênfase que colocamos na liberdade de expressão não foi adequadamente equilibrada pelo valor essencial da não discriminação", disse Sheryl Sanderg, diretora de operações do Facebook, no blog da empresa. Segundo ela, os auditores deixaram claro que o Facebook agiu de maneira estrita ao interpretar suas políticas.

A auditoria elogiou algumas das decisões do Facebook ao lidar com problemas políticos, como a instituição de diretrizes contra a supressão de voto e contra o nacionalismo branco na rede. Apesar disso, houve críticas também sobre essas decisões, que foram muito estreitas em sua aplicação.

Pela análise, o Facebook precisa melhorar como lida com nacionalismo branco, expandindo proibições para apreço, suporte e representação, mesmo que os termos usados para banir esse tipo de conteúdo não estejam explícitos.

Segundo os auditores, é preciso que o Facebook também aplique mais recursos para estudar e lidar com problemas de ódio organizado na rede social contra muçulmanos, judeus e outros grupos.

Os auditores apontaram ainda uma série de problemas que o Facebook precisa melhorar em relação a suas políticas, como melhorar o processo de decisão dentro da empresa, que precisa ser mais consistentemente priorizado por direitos civis.

Crítica a não verificar discurso de políticos

Os auditores também criticaram o Facebook pela decisão de não verificar discurso político e disseram que essa atitude tem como resultado garantir mais voz para quem está em posições de poder.

Em 2019, Mark Zuckerberg, presidente executivo do Facebook, realizou um discurso na Universidade Georgetown, em Washington, onde defendeu que a rede social não deveria remover conteúdo publicado por políticos, argumentando que a sociedade tinha direito de ver o que eles estavam falando, mesmo que estivessem mentindo.

A decisão de não fazer a checagem de fatos de anúncios políticos gerou muita polêmica nos EUA. Zuckerberg defendeu a atitude afirmando que "não é certo que uma companhia privada censure políticos ou notícias em uma democracia".

"Embora eu me preocupe com a erosão da verdade, eu não acredito que a maioria das pessoas quer viver em um mundo onde você só possa publicar coisas que as empresas de tecnologia julguem ser 100% verdade", disse no ano passado.

"Quando concordamos em nos tornar a primeira empresa de mídias sociais a realizar uma auditoria desse tipo, incentivados pela comunidade de direitos civis, ninguém sabia que o relatório final seria publicado em um momento em que a injustiça racial e a brutalidade policial estão trazendo milhões de pessoas às ruas para pedir mudanças — tanto nos Estados Unidos quanto em outros países", escreveu Sheryl Sandberg, diretora de operações da rede social.

Fonte: G1

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