Ex-agente acusado de ajudar em fuga na PEP I é preso tentando vaga de novo no sistema

O delegado do Depen Renan Barbosa Lopes Ferreira disse que o suspeito participou do processo seletivo para a contratação de agentes penitenciários para o sistema prisional do Estado. "Ele chegou a participar do concurso organizado pela UFPR e, em uma das fases, apresentou documentos que ficaram pendentes para análise. Não tinha nada de irregular, aparentemente pela instituição, foi convocado e iria assumir, assinar a documentação, hoje pela manhã. Começamos a receber denúncias de que haveria pendências, sim", contou o delegado.

Diante disso, o setor de inteligência da Polícia Civil passou a investigar e, já com as suspeitas sobre a identidade do suspeito, deixou que ele se apresentasse na manhã de hoje. "Esperamos que ele viesse se apresentar para ver qual a documentação iria mostrar, certidões negativas da Corregedoria do Depen e declarações que não deve nada à justiça. Ele chegou, eu o recebi como presidente da Comissão do Processo Seletivo e fui fazer as análises dos documentos, formação em Direito, tudo que trouxe. Um desses documentos era de que ele nunca tinha sido processado, condenado ou indiciado, e o outro era uma declaração de que nada constava em processos anteriores no Departamento Penitenciário", descreveu o delegado.

Entretanto, já com os documentos em mão, o delegado consultou que um recurso do processo que esse suspeito responde está marcado para essa semana. "Ele seria condenado em primeiro grau e teria um recurso da defesa. Com relação à certidão da Corregedoria, ele disse que um amigo teria intermediado, que ele teria recebido em casa. Acionei o RH e, na verdade, a certidão enviada à ele tinha toda a condenação do Depen e a rescisão contratual. Essa certidão ele ou alguém falsificou", alertou Lopes Ferreira.

Para o delegado, a tentativa do suspeito em tentar voltar a trabalhar com presos é estranha. "É muito suspeito alguém com esse histórico querer retornar ao sistema penitenciário", garantiu.

O suspeito foi levado para a Central de Flagrantes e nega que tenha falsificado, mesmo sabendo que possui um processo judicial no Paraná. Ele poderá responder por uso de documento público falso.